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DOENÇA DE ALZHEIMER: Saber como lidar para melhor cuidar

Humberto Amadori

Mudança de posição na cama a cada duas horas.

- CADÊ A GENI? (você opta por não dizer que ela faleceu há quinze anos).

Troca de fralda a cada 8 horas.

- FAZ TEMPO QUE NÃO VEJO A GENI. (você assente com a cabeça)

Comprimido para dor 4 vezes por dia.

- A GENI NÃO VEM?


E, assim, de indagação em indagação, se faz repleto o dia-dia do familiar do paciente com Doença de Alzheimer. Diversas medicações em diferentes horários todos os dias; intermináveis negociações para que tome o banho, para trocar de roupas, para que coma aquela refeição preparada com tanto carinho.

A Doença de Alzheimer pode causar mais sofrimento e angústia para o familiar do que para seu portador. Com a perda de memória e de outras funções cognitivas, é comum que o paciente não se aperceba do seu declínio. Já o familiar tende a sofrer mais, seja pela perda lenta e gradativa das capacidades mentais da pessoa amada, seja pela sobrecarga do cuidado.

DOENÇA DE ALZHEIMER

Embora haja diversas medidas que propiciem melhor qualidade de vida para os portadores da Doença de Alzheimer, ainda não se desenvolveu nenhum tratamento que reverta ou impeça sua progressão.

Na maioria das vezes, os medicamentos são úteis para reduzir a velocidade de progressão e para controle de certos comportamentos. Ou seja, um tratamento que se limite somente a dar comprimidos é incompleto. É necessário ir além,

PRECISAMOS APRENDER A LIDAR COM O PORTADOR DE DOENÇA DE AlZHEIMER:


- ELE ESTÁ FAZENDO ISSO DE NOVO!

Precisamos compreender a não-intencionalidade de seus comportamentos. Não é culpa do paciente, mas conseqüência da doença que ele apresenta.


- EU JÁ DISSE QUE NÃO É PRA FAZER ISSO!

Pacientes com Doença de Alzheimer podem ter dificuldades em interpretar o NÃO. Muito mais acessível para eles é pedirmos para eles fazer outra coisa como alternativa a aquilo que não queremos que ele faça.


- ELE FICA ANDANDO PELA CASA O TEMPO TODO!

Este tipo de comportamento pode ocorrer devido a própria Doença de Alzheimer.

É fundamental garantir um domicílio seguro, a fim de prevenirmos quedas e maiores complicações. Poder ser muito útil, canalizar a energia do paciente em atividades recreativas ou exercícios físicos.


- ÀS VEZES, ELA FICA MUITO AGRESSIVA!

Agitação, agressividade e choro são comportamentos freqüentes com a evolução da doença de Alzheimer. No entanto, também podem ser sinal de que alguma necessidade básica do paciente não está sendo adequadamente contemplada como, por exemplo, controle da dor e do hábito intestinal.


- NÃO EXISTE MEDICAMENTOS QUE PODEM AJUDAR?

Certamente! Existem pelo menos 4 medicamentos que podem auxiliar o paciente com Alzheimer. Porém, em especial nas fases mais avançadas da Doença de Alzheimer,

um bom cuidador pode ser mais efetivo do que qualquer comprimido.


- MAS E A GENI?

Vale a pena contar a verdade, fazer o paciente sofrer pela morte da esposa repetidas vezes, como se fosse a primeira vez? Não.

Estudos sugerem que os portadores da Doença de Alzheimer, são capazes de experimentar sensações de tristeza e alegria, mesmo sem entender o significado das palavras.

Portanto, sejamos gentis e amorosos, prestemos atenção em nossa entonação da voz, gestos e expressões faciais, pois são neles que residem nossas emoções e intenções.

Ou seja:


“AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE, MAS ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR”.


Humberto Alexandre Amadori – médico geriatra

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