Somos pedestres, motoristas, cônjuges, pais, filhos, cidadãos, torcedores, eleitores e pacientes. E nesta lista de papéis que assumimos em nossas vidas, DE REPENTE surge mais um, geralmente NÃO planejado:
SOMOS CUIDADORES.
O cuidador pode ser tanto um profissional quanto ALGUÉM DA FAMÍLIA, que freqüentemente não está preparado para assumir esta função. Afinal de contas, não nos preparamos para o dia que nossa mãe terá um AVC e ficará acamada; não contamos com a possibilidade que nosso avô evoluirá com Alzheimer, andando a esmo pela casa de madrugada, repetindo por diversas vezes as mesmas perguntas. Até que um dia isso simplesmente acontece. A pessoa que amamos passa a necessitar de cuidados contínuos de saúde.
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ESTRESSE DO CUIDADOR
É muito freqüente que a FILHA ou ESPOSA do paciente assumam SOZINHAS a responsabilidade do cuidado. Cozinhar, alimentar, dar banho, administrar medicamentos, trocar fraldas, levar o doente ao médico, ir ao supermercado, farmácia, até mesmo resolver problemas legais e bancários. AS ATENÇÕES SE VOLTAM TANTO PARA O DOENTE QUE SE ESQUECE QUE O CUIDADOR TAMBÉM NECESSITA DE CUIDADOS. Com toda sua vida orbitando em torno do familiar doente, o cuidador tende a relegar a SUA vida pessoal, saúde e bem estar a segundo plano. Sobrecarregado física e emocionalmente pela sua função, o cuidador acaba por adoecer. É o ESTRESSE DO CUIDADOR.
Noites mal dormidas, irritabilidade, desenvolvimento de depressão e transtornos de ansiedade... O estresse do cuidador interfere na vida pessoal, profissional, familiar e até mesmo NA QUALIDADE DO CUIDADO oferecido. E SE O CUIDADOR ADOECE, QUEM É QUE CUIDA DO PACIENTE?
Dessa forma, negociar uma trégua faz-se imprescindível. Reservar algumas horas por semana para cuidar de si pode fazer toda diferença a longo prazo. Neste sentido, saber delegar o cuidado para outros bem como se cercar de pessoas comprometidas em dividir as responsabilidades é necessário. Por isso, é importante reconhecer seus limites, não entrar SOZINHO nesta importantíssima tarefa que é cuidar. Com os ombros mais leves, o cuidador se sentirá melhor. E o paciente também.
Humberto Amadori – médico geriatra
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